Como as vacinas são fabricadas

Diversos laboratórios estão tentando produzir uma vacina para o novo coronavírus. Mas como esses imunizantes estão sendo desenvolvidos?

As fases da fabricação de uma vacina:

  • Pesquisa e coleta de amostras
  • Descoberta e desenvolvimento
  • Testes pré-clínicos e clínicos
  • Liberação da vacina pelos órgãos reguladores

 

Fase 1

Pesquisa e coleta de amostras

São necessários períodos extensos de pesquisa

 

 

Na primeira etapa, os cientistas fazem pesquisas e coletam amostras da doença. A fase seguinte é quando se descobre uma forma de imunizar o vírus e o desenvolvimento da vacina começa. Existem várias formas de se conseguir um imunizante.

Fase 2

Descoberta e desenvolvimento

Diferentes agentes podem ser combinados, enfraquecidos ou ativados

Confira os métodos usados na vacina contra a Covid-19:

1. DNA ou RNA

Algumas das mais avançadas vacinas nos testes utilizam como estratégia entregar às células o ácido nucleico (seja o DNA ou o RNA) do vírus para que, dentro delas, haja a produção da proteína do coronavírus. Como o organismo humano não expressa essa proteína normalmente, o sistema imunológico a atacará, aprendendo a se defender. A vantagem dessa vacina é que ela é segura, porque não é infecciosa [não é injetado o vírus ou as proteínas do vírus]. Mas não tem nenhuma vacina humana licenciada que use o ácido nucleico.

2. Vetor viral não-replicante

As vacinas do tipo vetor viral não-replicante utiliza um vírus diferente, como o adenovírus (causador de resfriados comuns), e retira dele o material genético. No lugar, coloca-se, por meio de engenharia genética, um gene que produz uma das proteínas do novo coronavírus. Dependendo do tipo de vírus que é escolhido para servir de “fantasia”, o sistema imunológico pode já ter anticorpos treinados para combatê-lo. Por isso que, no caso da vacina de Oxford, uma das mais avançada contra a Covid-19, o adenovírus utilizado é um que infecta chimpanzés, e não seres humanos.

3. Vírus inativo

Há ainda imunizantes que usam o vírus inativado (ou, em um termo mais leigo, morto) são um dos tipos mais clássicos de vacinas. Um exemplo são as contra a influenza, ou a gripe. O pesquisador multiplica o vírus em laboratório e o mata por um processo físico-químico. Como as proteínas do vírus são mantidas, o sistema de defesa consegue reconhecê-lo como um agente estranho ao corpo, e atacá-lo.

4. Subunidade da proteína do vírus

Outra estratégia clássica na produção dos imunizantes é o uso de uma subunidade da proteína do vírus. A proteína é bastante utilizada porque é o principal componente que o sistema imunológico reconhece nos agentes infecciosos. Um exemplo é a vacina para hepatite B. Ao invés de dar ao corpo o vírus morto ‘inteiro’, aplica-se apenas uma proteína daquele vírus. O pesquisador seleciona aquelas proteínas mais importantes, as purifica, e usa como vacina.

 

Fase 3

Testes pré-clínicos e clínicos

 

Situação atual das vacinas contra a Covid-19

EM TESTES APROVADAS
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Veja quem está na corrida

Depois do desenvolvimento os pesquisadores podem começar a fazer os testes pré-clínicos, que são as testagens em laboratório e aplicação da vacina em animais. Logo após, as três fases dos estudos clínicos começam.

Na primeira etapa, usa-se o medicamento pela primeira vez em humanos saudáveis e que não tenham coronavírus para descobrir a dosagem correta e a reação com outros remédios e com o álcool. Na segunda, há a aplicação do imunizante em um grupo de 100 a 300 pessoas que tenham a doença. Já na terceira fase o grupo é ampliado, a vacina é aplicada em cerca de 5 mil a 10 mil pessoas.

Nesse momento os laboratórios pedem a liberação da vacina para os órgãos regulatórios, como aconteceu com o imunizante Sputnik V da Rússia. Se o pedido for aprovado, o produto começa a ser fabricado em grande escala e o medicamento é distribuído para a população.

Monitor das vacinas: veja aqui o estágio de cada vacina em desenvolvimento